Difícil traduzir,difícil entender.Escrever mais uma carta,para quê?!
Tudo anda confuso,tudo anda escuro..escuro demais.Um poço sem fundo.Quando mais acho que já não tem para onde cair,mais me engano.Sempre cai mais e mais...Profundo.Intenso.Forte.Eterno. [meu Deus,será que não acaba nunca?!]
Esse é o preço que pago.
Mas que preço?Quem dera eu puder ter feito alguma coisa de errado,pelo menos iria assumir para minha consciência que estou pagando pela minha culpa.Mas pior que não pagar,é saber que nada se fez.Ou melhor,tudo se fez,tudo se deu,tudo se rendeu.Procurou a perfeição e a felicidade extrema,não para si,mas para o seu grande amor.Tamanho era o sentimento que passava por cima do seu orgulho.Mas e agora?
Perfeccionista,intimista e agora,quem diria...pessimista.Ou quem sabe,realista?
Mas são sempre,sempre os mesmos planos.Sempre a velha intuição que diz que a estrada não terminou.Vai andando...
As horas passam, os dias passam,os meses passam.A vida passa.
Tic tac,tic tac...
A noite passa,a insônia vem.A única companheira das madrugadas frias.Pego uma xícará de café,vou para meu quarto escrever.Lápis e papel,os únicos que me 'escutam'.
Pago minha reserva com meu orgulho.Ninguém saberá que estou assim,não!
De jeito nenhum.
O dia amanhece.Levanta,força um sorriso,enxuga as lágrimas.As vezes agradece a sí mesma por saber esconder-se tão bem.Tão teatral.Tão omissa.
Tudo vê e ao mesmo tempo não vê nada.'O que os olhos não vêem,o coração não sente'.
Mas às vezes é impossível.Quisera eu levar tudo ao pé da letra,quisera eu poder saber fingir,quisera eu não ter um sentido tão apurado,quisera eu não ver,quisera eu não saber.
Quisera eu ter sido feita de pedra.
Tão dura,tão fria...Um dia acaba.Um dia esgota.
Um dia endurece,morre.
Quebra.


crec.