" eu não consigo ser alegre o tempo inteiro..."

às vezes eu queria dar um basta.

Um rewind,um stop,voltar no tempo e parar tudo.

Parar pra consertar,pra arrumar.

Ou simplesmente pra voltar

e ficar por lá...

Me são estranhos dias de total sentimentalismo. De profunda sensibilidade. Para os que me cercam,deve ser ainda mais estranho. De repente,eu páro de ver tudo pelo lado bom ,como seria o normal,e é como se formasse uma nuvem nebulosa de inconstância e mau humor ao meu redor.Deveriam me trancar num quarto escuro e me deixar de castigo até a malcriação parar. Como se faz com uma criança que cometeu uma falta grave. A minha "falta grave" é querer incondicionalmente a companhia dos que me cercam,justamente nessas horas de sensibilidade excessiva. Sei que deveria poupar as pessoas dos meus momentos melancólicos,afinal,chorar sozinho é muito mais garantido e seguro.Mas eu confundo atos,mudo os fatos,complico o que pode ser simples. Um simples ato falho já é o estopim para desencadear uma explosão dentro de mim mesma. Não tem jeito: a minha intensidade nessas horas vira quase um leve desespero. Um leve desespero que eu procuro controlar irremediavelmente durante os minutos,as horas ou os dias em que essa onda de melancolia insiste em me pertubar.

E não adianta falar que é tpm,que é crise feminina,que é sobrecarga de tarefas. Nada disso é capaz de me afetar tanto quanto a crise do sete de junho.

Afinal,todo mundo deve ter uma data que preferia esquecer.

Uma crise de nervos que preferia conter,

ou algumas pessoas queridas as quais preferia poupar.

Mas agora,eu é que me poupo.

Chega dessa frescura. Acenda meu cigarro,que hoje eu quero apagar minhas mágoas definitivamente. E caso elas insistam em voltar,que dure apenas o segundo irremediável de um trago.