
Okay. Eu odeio falso-moralismo,esquerdistas extremos posando de revolucionários utópicos,pseudo-intelectualismo e afins.Mas se tem uma coisa que eu odeio mais do que tudo isso é alienação.
Confesso que já fui mais daquelas super ligadas em política,do tipo que participava do grêmio estudantil da escola,agitava protestos...é,"engajada" mesmo. (tem gente que nem sonha que um dia já fui assim!) Talvez isso se dê pela minha paixão por História do Séc.XX,a mais agitada em termos de revolução. Ditadura,Diretas Já,Caras-Pintada,enfim.Tudo isso sempre me encantou e ainda me encanta.
Mas digamos que hoje criei uma certa "maturidade política",até mesmo um tipo de ceticismo. A grande minoria esquerdista e revolucionária que vemos hoje não passam de jovens de sonhos utópicos que vivem na nostalgia daqueles movimentos revolucionários. Querem ser novos Che Guevara,Lénin e até Lulinhas-pré presidencialismo.
Talvez queiram entrar para a História.Ou simplesmente posar de 'engajados' e chamar a atenção da sociedade capitalista,machista,injusta e blá blá blá... (¬¬)
Toda essa intensidade,essa vontade de mudar alguma coisa e o 'risco' que se corre por isso é realmente muito,muito empolgante. Mas será que adianta alguma coisa?ou vale só pra falar que são pessoas 'diferentes' das demais?
Uma pena,mas não passam de uma jovem minoria de sonhos perdidos. Ainda os admiro,pois como já havia dito,pelo menos não são mais um brasileiro alienado.
Desses que acordam,trabalham,assistem ao Jornal Nacional,lêem a Veja a cada domingo e no dia da votação,escolhem um canditado qualquer só porque a mídia de massa diz que ele é 'bom',que ele 'faz tudo pelo país',que é 'gente como a gente'.
Brasileiro só é patriota quando tem Copa do Mundo,Olimpíadas ou qualquer coisa relacionada ao esporte. Quando chega as eleições (que pelo menos na teoria,seria a melhor hora de fazer alguma coisa),só fazem uma coisa: nada.
Se for assim,eu sou a menor das patriotas.Não assisto jogos da Copa,nem sequer vi a abertura das Olimpiádas,acho tudo isso um saco e ainda sou louca pra morar um tempo fora.Mas enquanto eu estou aqui,enquanto eu tiver a nacionalidade "brasileira" (ou seja,até sempre),vou querer no mínimo me informar pra não votar num cara idiota que fode ainda mais o lugar onde eu vivo. Nem que seja por uma questão individualista: vou querer votar num cara que melhore a qualidade do ensino público,pois foi essa a minha educação durante toda a minha vida escolar. Alguém que faça alguma coisa pela minha rua,pelo meu bairro. É o mínimo de consciência política que alguém deve ter- pelo menos na minha opnião.
Há um tempo atrás,entrava em discussões com quem pensava que o voto deveria ser facultativo.
Ora,já sofremos e lutamos tanto por uma democracia num passado ditatorial,ficamos mais de 20 anos sem poder escolher um presidente que hoje seria até injusto pensar em abrir mão do voto. Afinal,o que custa abrir mão de apenas UM domingo de dois em dois anos para votar? Abrir mão de uma horinha sequer do seu churrasco,cerveja e pagode pra fazer alguma coisa que realmente preste?!
Mas hoje não penso mais assim.Talvez tenha caído em contradição,ou simplesmente abri os olhos e parei de enxergar o mundo de uma forma revolucionária e extrema.
Infelizmente,tem muito brasileiro que não sabe votar.MUITOS. E são eles que acabam cagando na nossa política,votando no pasteleiro da esquina só porque ele é um cara legal e vende fiado,ou no empresário que foge do país com dólar na cueca."Ele ofereceu uma cesta básica pra minha família,é um bom homem,merece meu voto.E daí que ele rouba?Pelo menos ele tá ajudando minha gente."
Pensamento até justo,não? Não,não é. O dinheiro que ele leva é seu também,dona.É nosso.O monte de impostos que a gente paga,vai pra onde? Já procurou saber?
Infelizmente,isso não é culpa do brasileiro.É culpa da sociedade,do acesso precário a educação,da falta de informação.Enfim.Todo um conjunto de erros que levam a um só culpado: à política (ou a falta dela).
Uma prova de que brasileiro não sabe votar é o Collor eleito senador de Alagoas. Será que a gente tem uma memória de galinha? Talvez. Uma pena. Prova que o Brasil nunca vai sair dessa lama de hipocrisia e alienação. (pra não falar burrice mesmo)
Sejam bem-vindos ao eterno terceiro mundo!

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